quarta-feira, 20 de outubro de 2010

TofT - Capítulo IV

20:15 - Jack

Eu estava ficando realmente preocupado. Quer dizer, como uma garota some dentro de uma loja? Tipo, por que a funcionária de um grande parque de diversões como este iria simplesmente sequestrar minha melhor amiga? Sabe, não tem sentido...
Max estava tão confuso quanto eu e David tentava distrair as meninas fazendo truques de mágica com um baralho. Já estava ficando tarde e Alex ainda estava sumida, foi quando meu celular tocou.
- Alô?
- Jack? - eu gelei ao ouvir a voz chorosa de Alex - Jack, onde vocês estão? Por favor, onde estão? - sua voz desesperada me assustava.
- Alex, calma. Nós vamos te buscar, onde é que você está? - dei enfaze no "você", afina, minha preocupação estava passando e era substituída por certa raiva de Alex, por ela ter sumido.
- Eu estou perto da Casa, em frente aquela lanchonete estranha de peixinhos...
- Espere dentro da lanchonete, Alex...
- NÃO! - ela gritou ao telefone e eu ouvi que ela tinha começado a chorar - Não vou entrar em loja nenhuma sozinha...!
- Tudo bem, tudo bem. Apenas sente exatamente onde está e nos espere.- eu comecei a andar na direção dos outros do grupo.
- Jack, venha rápido - ela pediu, como se fosse uma criança - Por favor...
- Já estou aí, Alex... - eu lhe disse e pensei em desligar o celular.
- NÃO DESLIGUE! - ela gritou novamente - Não quero ficar sozinha de novo... - Alex estava realmente assustada.
- Tudo bem Alex, fique calma... - eu a ouvi soluçar e passei o celular para Helena - Fale com Alex, a distraia enquanto vamos buscá-la.

Helena pegou o celular e imediatamente começou a falar com Alex e nós começamos a correr para o outro lado do parque. Estranhei o parque estar vazio, muito calmo. Eram quase nove horas, tínhamos que encontrar Alex e encontrar logo a saída. Helena passou o telefone para Anitra, que só então parou de chorar.
Ofegantes, chegamos à Casa. Olhei para os lados, procurando a tal da lanchonete, quando encontrei uma garota ruiva sentada ao pé de um telefone público, falando ao telefone. Assim que ela nos viu, levantou-se rapidamente, largando o telefone sem nem colocá-lo no gancho e correu em nossa direção, em minha direção. Ela jogou-se em mim e eu a segurei para não cairmos. A ruiva ainda chorava muito, soluçava em meu ouvido. Os outros nos abraçaram e Alex foi parando de chorar aos poucos.
- O que aconteceu, Alex? - eu perguntei quando nos sentamos no chão e ela parou de chorar.
- A Casa... e aquele homem aranha... a menina com a vela... - ela gaguejava e Anitra a abraçou, me olhando mortalmente, Alex escondia o rosto na amiga - Precisamos sair daqui. Agora! - ela disse, a voz meio abafada pelos braços de Annie.
- Tudo bem, vamos embora. - disse Max levantando-se.

Nos levantamos e seguimos para os portões do parque. Eu estranhei porque não encontramos ninguém no parque. Nossos passos leves no chão faziam um eco abafado por onde passávamos. Nenhuma pessoa, nenhuma pessoa vestida de monstro, nenhuma música. Nada.
Tudo ficou claro quando chegamos aos portões. Dois grossos, grandes e altos portões de ferro com um grande cadeado trancado-o, além de travas de segurança. Seria impossível abrir aquela coisa.
Alex chegou ao meu lado, tremendo, os olhos voltando a ficarem vermelhos e molhados, ela agarrou-se em meu braço, apertando-o.
- Jack... Isso significa... - ela começou.
- Que vamos ter que passar a noite aqui. - eu lamentei.

E todas as luzes se apagaram.