domingo, 21 de novembro de 2010
PoP - Capítulo I
Price of Pride
Sinopse: Eu o conhecia há tantos anos, e por todos esses anos, sempre brigávamos. Mas, eu estava cansada disso, cansada de me rastejar para ele, implorando pelo seu perdão. Claro, eu apenas não sabia as conseqüências que isso teria.
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OBS: escrevi essa fanfic para participar de um concurso em uma comunidade de fanfics dos Jonas Brothers. Não vou trocar os nomes dos personagens só para agradar quem não gosta da banda, então, faça de conta que é um Nicholas qualquer, um Joseph qualquer e um Kevin qualquer.
OBS²: como foi escrita para um Challenge, eu tinha que escolher alguns itens importantes para a fic de uma lista que as organizadoras ofereciam. Na fanfic, ficaria legal uma cena NC-17. Mas, é a primeira vez que escrevo uma cena assim. Então, não me julguem, tentei deixar a cena o mais leve possível.
Enfim, eu espero que apreciem.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
TofT - Capítulo IV
Eu estava ficando realmente preocupado. Quer dizer, como uma garota some dentro de uma loja? Tipo, por que a funcionária de um grande parque de diversões como este iria simplesmente sequestrar minha melhor amiga? Sabe, não tem sentido...
Max estava tão confuso quanto eu e David tentava distrair as meninas fazendo truques de mágica com um baralho. Já estava ficando tarde e Alex ainda estava sumida, foi quando meu celular tocou.
- Alô?
- Jack? - eu gelei ao ouvir a voz chorosa de Alex - Jack, onde vocês estão? Por favor, onde estão? - sua voz desesperada me assustava.
- Alex, calma. Nós vamos te buscar, onde é que você está? - dei enfaze no "você", afina, minha preocupação estava passando e era substituída por certa raiva de Alex, por ela ter sumido.
- Eu estou perto da Casa, em frente aquela lanchonete estranha de peixinhos...
- Espere dentro da lanchonete, Alex...
- NÃO! - ela gritou ao telefone e eu ouvi que ela tinha começado a chorar - Não vou entrar em loja nenhuma sozinha...!
- Tudo bem, tudo bem. Apenas sente exatamente onde está e nos espere.- eu comecei a andar na direção dos outros do grupo.
- Jack, venha rápido - ela pediu, como se fosse uma criança - Por favor...
- Já estou aí, Alex... - eu lhe disse e pensei em desligar o celular.
- NÃO DESLIGUE! - ela gritou novamente - Não quero ficar sozinha de novo... - Alex estava realmente assustada.
- Tudo bem Alex, fique calma... - eu a ouvi soluçar e passei o celular para Helena - Fale com Alex, a distraia enquanto vamos buscá-la.
Helena pegou o celular e imediatamente começou a falar com Alex e nós começamos a correr para o outro lado do parque. Estranhei o parque estar vazio, muito calmo. Eram quase nove horas, tínhamos que encontrar Alex e encontrar logo a saída. Helena passou o telefone para Anitra, que só então parou de chorar.
Ofegantes, chegamos à Casa. Olhei para os lados, procurando a tal da lanchonete, quando encontrei uma garota ruiva sentada ao pé de um telefone público, falando ao telefone. Assim que ela nos viu, levantou-se rapidamente, largando o telefone sem nem colocá-lo no gancho e correu em nossa direção, em minha direção. Ela jogou-se em mim e eu a segurei para não cairmos. A ruiva ainda chorava muito, soluçava em meu ouvido. Os outros nos abraçaram e Alex foi parando de chorar aos poucos.
- O que aconteceu, Alex? - eu perguntei quando nos sentamos no chão e ela parou de chorar.
- A Casa... e aquele homem aranha... a menina com a vela... - ela gaguejava e Anitra a abraçou, me olhando mortalmente, Alex escondia o rosto na amiga - Precisamos sair daqui. Agora! - ela disse, a voz meio abafada pelos braços de Annie.
- Tudo bem, vamos embora. - disse Max levantando-se.
Nos levantamos e seguimos para os portões do parque. Eu estranhei porque não encontramos ninguém no parque. Nossos passos leves no chão faziam um eco abafado por onde passávamos. Nenhuma pessoa, nenhuma pessoa vestida de monstro, nenhuma música. Nada.
Tudo ficou claro quando chegamos aos portões. Dois grossos, grandes e altos portões de ferro com um grande cadeado trancado-o, além de travas de segurança. Seria impossível abrir aquela coisa.
Alex chegou ao meu lado, tremendo, os olhos voltando a ficarem vermelhos e molhados, ela agarrou-se em meu braço, apertando-o.
- Jack... Isso significa... - ela começou.
- Que vamos ter que passar a noite aqui. - eu lamentei.
E todas as luzes se apagaram.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
ITS - Capítulo II
É, eu realmente tenho sorte, e agora eu acreditava que o destino me dava a mão e me levava para um lugar bom. Eu não conseguia imaginar melhor lugar do que Henry. Ao menos, não naquele momento. Afinal, até quando eu não pensava nele, algo nos ligava.
Henry espreguiçou-se e eu fitei seus olhos. Ele tinha um ar cansado, mas energético ao mesmo tempo. Isso me surpreendia, afinal, ele havia tocado até às duas e meia da manhã e hoje acordou às oito da manhã, apenas para me trazer ao parque e passar a manhã de meu aniversário comigo. Eu sei o que estão pensando e já digo: não somos namorados. É, eu sei, estranho. Henry é um tanto lerdo
- Está tudo bem, Liv? - ele me perguntou enquanto colocava as mãos atrás da nuca e apoiava ambas no tronco da árvore às suas costas.
- é só um pouco de sono... - ele me olhou como se disse-se "Isso não me surpreende". - Ah, dá um desconto, fui dormir às três e meia da manhã, Henry!
- Claro... Claro... - ele fechou os olhos serenamente e sorriu. Eu suspirei baixo.
- Querem saber? Coloquem uma maldita coleira em mim e me tratem como uma dos cachorros! - eu gritei para meus pais e dei as costas, saí pela porta da cozinha batendo-a de tal forma que fez eco pela rua.
Era incrível como eles tinham o dom de estragar tudo! Eram minhas férias, meus dias de paz! Eu passei cinco meses me matando de estudar e agora eu não poderia ter apenas quinze dias de folga? Qual era o grande problema em viajar por cinco dias com Alice e Helena? Eles faziam coisas tão piores do que isso quando tinham minha idade e não queria me dar um voto de confiança? Eu realmente odiava isso.
Quando percebi, já não estava mais no bairro de casa. Eu não sabia para onde estava indo e senti minha raiva incontrolável se transformar em lágrimas. Eu atravessei muitas ruas e nem me preocupei em olhar para os lados ou respeitar o semáforo, meus ouvidos ignoravam o barulho das buzinas e dos palavrões. Eu dobrava qualquer esquina quando enjoava de andar reto. Eu deixava meus pés me guiarem, minha mente estava desligada, não me importava para onde estava indo, desde que fosse longe de casa.
Parei de andar. Foi como se eu acordasse de um desmaio, agora eu percebia o barulho dos carros e as pessoas ao meu redor . Percebia até o som de música e então olhei onde estava parada. Mais uma vez, eu estava em frente ao Rock's Bar de novo. Era claro que Henry estava tocando com sua banda novamente, eu reconhecia sua voz. Eu olhei para meus pés e sorri.
- Obrigada... - eu murmurei para eles, como uma idiota, e entrei no bar.
Como eu já sabia, Henry estava tocando, eu olhei para ele e senti meu rosto corar levemente. Henry levantou os olhos do teclado e me viu ali. Ele sorriu sutilmente e voltou a cantar, só então prestei atenção na música.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
TofT - Capítulo III
Olhei ao redor e imediatamente soube onde eu estava: dentro da Casa. As paredes de pedras cinzentas e lisas formavam um corredor a minha frente, havia poças enormes de tinta vermelho vivo, as paredes estavam marcadas com a tinta também, como se alguém tivesse tentado segurar-se nelas. Eu me levantei, me apoiando na parede. Revirei meus bolsos procurando meu celular, mas ele não estava comigo. Tudo bem, eu estava do outro lado do parque, sem meus amigos, sem meu celular e com monstros em qualquer lugar que eu fosse. Tudo o que eu poderia fazer era procurar a saída daquele lugar e depois procurar um telefone público. é, era esse meu plano.
Eu comecei a correr pelo corredor, meus passos ecoando secamente pela casa. Ao que parecia, eu estava sozinha. O que não era normal em um parque de diversões grande como aquele. Cheguei em um ponto em que o corredor se dividia em três portas. Quando visitamos A Casa mais cedo, Jack havia escolhido a porta do meio, o que nos levou à muitos monstros e todos aqueles efeitos medonhos feitos para nos assustar. Me chamem de medrosa se quiserem, mas eu não queria tomar mais nenhum susto hoje.
Escolhi a primeira porta e entrei em um cômodo luxuoso e iluminado. Era bonito, se não fosse pelo fato de haver um corpo jogado no meio da sala, imerso em uma poça de sangue, os olhos vidrados em mim, mas sem vida.
Eu berrei e a porta atrás de mim fechou-se com uma batida oca. Instantaneamente a luz apagou-se e eu gritei novamente, me apertando contra a porta trancada. Muito legal, justamente o que eu não queria mais naquela noite... Eu estava tendo. Ouvi o riscar de um fósforo e os candelabros da sala se acenderam, mas o cômodo não iluminou-se tanto quanto antes. E de dentro dos armários e debaixo das almofadas dos dois sofás, surgiram quatro monstros de cera, o rosto completamente derretido, desfigurado, mãos queimadas e murchas, cabelos ralos, chamuscados e sujos, as vestes longas, empoeiradas e queimadas em certos pontos. O mais estranho deles usava uma calça laranja, tênis verde limão e camisa preta, o cabelo desbotado e falho era verde também. Ele não combinava com os outros bonecos, mas avançava aos tropeços para mim igual aos outros.
Eu gritava novamente. Do outro lado da sala havia uma porta, mas eu teria que passar por todos os monstros.
"Imaginem como ela vai ficar quando escurecer e soltarem os monstros..." eu ouvi as palavras de Jack se repetirem em minha cabeça. Eu franzi a testa. Eram pessoas como eu maquiadas e vestidas pagas para assustarem. E estavam realizando o trabalho muito bem, por sinal. Eu apertei os punhos e comecei a correr em direção à porta, empurrando e derrubando os bonecos do meu caminho. Para minha sorte a porta estava destrancada.
Eu sai em um quarto pequeno com apenas uma cama e um criado mudo. Deitada na cama estava uma garota mais ou menos da minha idade, cabelos loiros brilhantes, pele extremamente pálida e lábios muito vermelhos. Parecia a Rosalie de Twilight, exceto que a garota era extremamente magra. Ela segurava uma vela acesa com as duas mãos, a cera derretida da vela escorria por entre seus dedos, mas a loira não expressava dor. "Claro, é um boneco, Alex!" eu pensei. Havia outra porta no quarto, em frente a cama. Eu tentei girar a maçaneta, estava trancada. Então senti algo quente pingar em minha blusa. Eu me virei e a loira estava de pé atrás de mim, os olhos vermelhos, antes fechados, agora me fitavam arregalados e enevoados.
Eu comecei a gritar desesperadamente, chutando e socando a porta, a loira tentava pingar a cera em qualquer parte descoberta de meu corpo, ou me queimar com a chama da vela (que não importava o quando ela a chacoalha-se, a chama não se apagava). A loira começava a sorrir de forma maldosa para mim, aquela vela pingando cada vez mais, acertando minha blusa de moletom e furando-a com as chamas. Eu soquei a porta com mais força e ouvi alguém destrancá-la do outro lado, eu a abri eufórica e acabei caindo no chão da outra sala, empurrando a porta com os pés, que fechou-se com um "clock". Ótimo, trancada novamente. Agora era só esperar surgir mais bonecos feios. Aquilo estava me cansando. Eu me levantei e olhei ao redor. O chão daquela sala era coberto por uma grossa camada de cera, tinha uma textura estranha, como se o chão fosse partir-se a qualquer momento. Na sala havia um único e enorme baú dourado. Claro, o baú abriu-se e um cara duas vezes maior do que eu, saiu de dentro, empunhando dois facões enormes que o grandalhão fazia dançar em suas mãos, cortando o ar com um zumbido. Eu comecei a correr, mas correr sobre cera era realmente complicado, eu não saía do lugar, praticamente. Já para o cara, era extremamente fácil. Ele andava rápido em minha direção, me ameaçando com os facões. Eu engatinhei até a outra porta, o cara tentou me acertar com o facão, eu rolei para o lado no último segundo, o facão cortou quase dois dedos do meu cabelo quando acertou o chão, abrindo uma rachadura na cera.
Eu me levantei, louca.
- HEY, CARA! - eu gritei para ele, que se aproximava de mim sorrateiramente, a cabeça ligeiramente tombada para o lado - TÁ FICANDO LOUCO?
Ele riu, um som rouco e gelado, morto. Eu me virei de costas e tentei abrir a porta, não estava trancada, mas sim emperrada. Eu chutei a porta com toda a força que eu tinha e ela abriu-se como se fosse mágica. Passei por ela e a chutei novamente, fechando-a. Havia mais uma porta apenas e ela estava totalmente aberta, eu podia ver os jardins por ela. Eu comecei a atravessar rapidamente a sala, mas parei no meio do caminho quando o último monstro apareceu, barrando a porta. Eu podia enfrentar todos os outros, menos aquele.
O boneco tinha oito membros (provavelmente, os dois pares extras de braços eram mecânicos), onde deveria ser a cabeça de um homem, havia a cabeça de uma aranha feita com cera. Eu sentia ânsia, minhas pernas travaram e eu não conseguia parar de tremer. Eu queria gritar o mais alto que eu conseguisse, mas naquele momento, eu era, eu era uma garotinha muda. Aquele "Homem Aranha" avançou para mim, tocando os braços no chão, parecendo mais ainda uma aranha, correndo em minha direção ainda mais rápido. Bem, 17 anos fugindo de aranhas tinha que resultar em algo bom. Automaticamente eu saltei por cima daquela coisa, acertando o meio de suas costas, fazendo com que ele desmorona-se. Saltei novamente, chorando de novo e medo. A porta estava livre enfim, atrás de mim, aquela coisa começava a erguer-se. Eu cheguei aos portões da Casa chorando como um bebê, com os cabelos dois dedos mais curtos e cortados em uma diagonal horrível, as pernas doendo, o moletom cheio de furos e cera grudada, suada e querendo uma cama. Por sorte, encontrei algo melhor.
Um telefone público.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
TofT - Capítulo II
Minha vontade de cair na gargalhada era enorme. Eu sempre achei graça em toda essa baboseira de monstros, mas não era deles dançando e pulando na minha frente que eu ria, e sim das garotas assustadas.
Alex estava quase branca e eu não entendia por que. A idéia tinha sido dela, afinal. Tudo bem, Alex adorava testar seus limites, mas a ruiva nunca sabia quando parar, tanto que odiava ser desafiada. É, ela tem coragem, devo admitir. Mas vê-la tão branca quanto já era (o que deixava seus longos cabelos acaju mais vivos ainda), os olhos verdes quase lacrimejando e prestes a começar a tremer, era realmente cômico.
- Eu vos aviso, meros mortais – bradou um dos monstros, cessando a música, os outros personagens ficaram imóveis. As vestes rasgadas e sujas de cera do homem tocavam levemente o chão e se moviam de uma forma sinistra com o vento. Ele parecia um morcego, na real – Vossas vidas são delicadas demais para que vocês possam ficar despreocupados... – lentamente, os outros monstros começaram a descer do palco, até que o cara que falava ficou sozinho, sorrindo ameaçador – E nesta noite, vocês irão perceber que eu vos falo a verdade... – seus olhos brilharam em um tom avermelhado. Belo jogo de luzes – CORRAM!
Ouvimos o som de pratos de uma bateria e o parque ficou todo escuro. Meus braços foram agarrados, possivelmente por Alex e Helena, que estavam realmente geladas. Alguma coisa começou a mover-se rapidamente pela multidão que se apertava. E então ouvimos um grito estridente e luzes vermelhas foram acesas. Um boneco de cera estava pendurado por um gancho pelo pescoço na cobertura do palco, uma tinta vermelha pingava de sue corpo. E eu me senti ser empurrado pela multidão que queria correr para longe dali.
- Eles estão soltos Jack! – Alex estava desesperada, me puxava com força para acompanhar nosso grupo, mas eu não me movia, continuava olhando fixamente para o boneco pendurado – Anda, vamos correr!
Eu pisquei duas vezes para desviar meu olhar daquele corpo. Obviamente era um boneco, mesmo que não parecesse.
- Jack... – Alex choramingou, só então olhei para ela. A ruiva realmente chorava – Por favor...
Eu a peguei no colo rapidamente e comecei a correr. Agora eu tinha que encontrar o resto do pessoal, mas naquele aglomerado seria impossível. Enquanto eu corria, Alex escondia o rosto em meu pescoço e tentava parar de chorar. Eu desviei de dois monstros que entraram em meu caminho antes de entrar na loja mais próxima. Convenientemente, ou não, era uma loja de chocolates. Alex desceu do meu colo tremendo e sentou-se em um dos bancos do balcão, eu me sentei ao seu lado.
- Quer ir embora Alex? – eu lhe perguntei carinhosamente, afinal, ela parecia prestes a desmaiar.
- Não. – ela limpou as lágrimas. Eu odiava essa teimosia dela – Eu estou bem. Só me assustei um pouco...
- Um pouco? – eu arqueei uma sobrancelha.
- Esqueça. – ela revirou os olhos – Vamos encontrar os outros e tudo ficará bem.
Eu concordei com a cabeça. Uma mulher com longas vestes negras e roxas e com uma cicatriz maquiada no lado esquerdo do rosto apareceu dos fundos da loja, sorrindo convidativa.
- Desculpem a demora. Deseja alguma coisa? – ela perguntou, focada em Alex, como se eu nem estivesse ali.
- Tome um chocolate, Alex. Vou ali fora ligar para o Max. – eu me levantei, ela me segurou e me olhou temerosa.
- Não pode ligar daqui de dentro? – sua voz estava tremida.
- Desculpe Alex, celulares não pegam bem aqui no parque, menos ainda dentro de lojas... – eu acariciei seu braço para acalmá-la.
- Mas...
- São três minutos Alex, prometo. Não deixo nenhum monstro entrar, okay? – eu pisquei para ela que me soltou lamentosa.
Eu saí da loja e liguei para o Max. Aquele bossal demorou para atender.
- Alô? – ele disse, a ligação estava chiando.
- Onde vocês estão?
- Na frente daquele brinquedo de água... – cara! Era quase do outro lado do parque!
- E como foram parar aí?
- Correndo, oras... – ele riu.
- HAHA. Idiota.
- E onde você tá? Alex tá contigo?
- Sim, ela tá tomando chocolate quente para se acalmar.
- Naquela loja de chocolates perto do palco?
- É, basicamente.
- Tá, nos esperem aí então.
Ele desligou. Eu olhei ao redor, o lugar estava bem calmo. Acho que todos correram para o outro lado do parque.
Entrei novamente na loja. Havia uma xícara com algo quente dentro. Nenhuma vendedora. Nenhuma garota. Nada. Apenas o chocolate. E sobre o banco onde Alex deveria estar, seu celular. Ela NUNCA largava seu celular.
- Alex?
Ninguém me respondeu, a não ser meu fraco eco.
Eu saí para o fundo da loja, de onde a vendedora havia saído. Nada além de mais chocolate. E uma porta escancarada que dava para as ruas do parque.
Saí da loja desesperado. Liguei para Max novamente, desta vez ele atendeu rápido.
- O que foi agora? – ele perguntou entediado.
- Alex sumiu.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
ITS - Capítulo I
– 10° dia
O sol já estava se pondo quando encostei minha cabeça no ombro de Steven. O garoto apoiava o violão em seu colo deu alguns acordes perdidos, misturando várias músicas a cada dois acordes que ele dava. Ele estava contente. Eu estava contente. E como poderia não estar? Ali estávamos nós, sentados no lugar mais alto da cidade, vendo o sol se por, uma cesta de piquenique ao nosso lado e a música maravilhosa de Steven. Qualquer garota estaria tão contente quanto eu em meu lugar. Mas, eu tinha algo que elas não tinham: minha incrível sorte.
– 1° dia
Corríamos como três idiotas, os carros buzinavam alto demais, encobrindo o turbilhão de palavrões que eles lançavam sobre nós. E eu ria disso tudo. A noite estava sendo mais engraçada do que eu previra, minha primeira noite de férias estava mesmo valendo a pena.
O cappuccino em meu estômago começava a reclamar da correria e aos solavancos eu fui parando de correr, Helena e Alice faziam o mesmo. Só então percebi que estava ficando sem ar, tive que respirar fundo três vezes para conseguir parar de rir.
- Ah, droga! Meu tênis desamarrou de novo! – resmungou Helena enquanto caminhava rápido para uma casa ao lado, onde apoiaria o pé para amarrar o tênis.
E momentaneamente, as buzinas pararam de tocar e eu pude perceber uma música, uma música que eu conhecia.
♪ What have we found?
The same old fears
Wish you were here ♫
Eu fiquei estática naquele momento. Não acreditei, só podia ser um CD... Era bom demais pra ser...
- ALICE! – eu agarrei no braço da garota ao meu lado, ela assustou-se e deu um pulo para o lado- Isso é o que eu to pensando?
- Ahmmm... – ela me olhou com cara de “Você acha que eu leio pensamentos” – Depende...?
- PINK FLOYD! – eu gritei e olhei na direção de onde vinha a música. Era algum tipo de bar, só que mais limpo e organizado. A parede que dava para a rua era aberta, havia uma parte mais alta onde estavam algumas mesas. Eu procurei a banda que tocava e de fora do bar eu podia vê-los. Eu realmente, não acreditava no que estava ouvIndo – PINK FLOYD ALICE! É...
- Pink Floyd. Okay Liv, okaaaay... – ela disse em um tom calmo, como se quisesse acalmar uma criancinha excitada com algum doce. Tá, minha reação havia sido praticamente a mesma.
- Vamos entrar? –eu olhei com os olhos de cachorro sem dono pra ela.
- Entrar? Mas estamos sem dinheiro...
- E quem disse que precisamos comprar alguma coisa? – eu girei os olhos para ela. Naquele momento, a banda havia parado de tocar. Claro, a música havia acabado.
- Viu? Acabou Liv. Vamos continuar andando... – ela deu dois tapinhas em minhas costas e eu olhei feio pra ela. Quando percebi, Helena estava ao nosso lado novamente.
- Hey, por que as duas estão paradas ai? – ela sacudiu as mãos na nossa frente, como se quisesse ver se ainda estávamos acordada.
E então eu percebi que eles haviam voltado a tocar. Helena também ficou com o olhar perdido, um sorriso idiota no rosto. Alice tentava gaguejar o nome da música, e eu segurava para não rir. De lá de dentro, o vocalista começou a cantar.
♪ And I'd give up forever to touch you
'Cause I know that you feel me somehow
You're the closest to heaven that I'll ever be
And I don't want to go home right now
And all I can taste is this moment
And all I can breathe is your life
And sooner or later it's over
I just don't want to miss you tonight ♫
- IRIIIIIIS!! – elas quase gritaram juntas. Eu comecei a rir daquela cena.
- E então, Alice? Vamos entrar ou não?
Alice pareceu nem me ouvir direito. Agarrou meu pulso e o de Helena e nos arrastou para dentro do bar. Havia uma única mesa vazia naquele lugar, e onde ela ficava? Praticamente, bem na frente do pequeno palco onde a banda tocava. Alice estava nos arrastando em direção a aquela mesa, até que eu “acordei”. Estávamos sem dinheiro, entrando em um bar, nos sentando logo na primeira mesa e bem de frente para a atração daquele lugar. Com certeza, alguém iria achar estranho. Iriam nos confundir com bandidas ou coisa pior, talvez.
Mas não pude argumentar, pois logo em seguida, Alice estava me socando em uma cadeira e sentando-se ao meu lado direito. Do meu lado esquerdo, estava Helena, com a maior cara de retardada do mundo! Tá, a música era realmente linda, mas ela precisava mesmo ficar com aquela cara de boba-alegre?
Eu olhei para a banda pela primeira vez enquanto cantarolava a melodia em um tom baixo. Havia um baixista... Estranho; Um baterista... Engraçado; Um garoto com cara de pivete tocando um violão (que eu nem conseguia ouvir); Ao lado dele, um garoto muito parecido com o baixista, só que menos... Estranho... Tocando guitarra; E no teclado e no vocal ao mesmo tempo, havia um garoto também. A diferença entre ele e os outros garotos? Ele parecia estar realmente realizado naquele lugar. Como se tocar e cantar fossem a vida dele. Ele sorria enquanto cantava (eu não consigo nem sorrir enquanto penso, imagine enquanto canto!), os cabelos escuros e encaracolados balançavam conforme ele tentava dançar&tocar&cantar ao mesmo tempo. Os olhos estavam fechados, e mesmo assim, pareciam incrivelmente concentrados. Ele terminou a música com perfeição e abriu os olhos. Eles eram tão escuros, mas tão brilhantes, que fizeram os meus olhos brilharem. Não consegui pensar direito, na verdade, eu nunca pensava, mas de qualquer forma, eu me senti hipnotizada por aqueles olhos.
- Né Liv? – Helena cutucou meu braço e eu balancei a cabeça como se estivesse acordando.
- Hãn? – eu tentei falar alguma coisa, mas afinal, sobre o que elas estavam conversando?
- É, e depois a brisada da turma sou eu... – Helena comentou e eu dei de ombros. – Então, eu disse que eles tocam muito bem... – ela repetiu o que quer que ela tenha diot antes.
- É... – eu disse vagamente, atordoada – Tocam...
O garoto no teclado correu os olhos pelo lugar, e em questão de segundos, ele fixou seus olhos nos meus. Ele sorriu.
- Bom... – ele começou a falar, os olhos ainda presos em mim – A próxima música, acho que poucos devem conhecer... – ele olhou para os outros caras da banda e contou baixo.
♪ When i find myself in times of trouble
Mother mary comes to me
Speaking words of wisdom, let it be.
And in my hour of darkness
She is standing right in front of me
Speaking words of wisdom, let it be.
Let it be, let it be.
Let it be, let it be.
Whisper words of wisdom, let it be. ♫
Eu senti meu queixo cair. Eles... Estavam tocando...
- Beatles? – eu disse com a voz um tanto... Aguda? É, acho que seria isso.
- Como é Liv? – Alice me olhou sem entender.
- B-Beatles Alice... É... Let It Be! – eu olhei feito uma retardada para a banda.
O vocalista parecia se divertir com a minha reação, e eu tinha certeza que ele estava olhando diretamente para mim. Ou eu estava certa, eu estava ficando realmente louca. Não percebia mais nada ao meu redor, só conseguia prestar atenção em uma única coisa.
Algo dentro de mim fazia um som que acompanhava as batidas da música. Eu sabia que meu coração machucado estava batendo novamente.